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11/11/2010 15:41:04

Lendária pista de skate renasce na Região Metropolitana de Porto Alegre

Após mais de 30 anos, a Swell, em Viamão, ganha melhorias e deve receber lendas americanas como Christian Hosoi e Steve Caballero
Alexandre de Santi, especial para o iGPara chegar à Estrada da Branquinha, número 3.730, leve um bom mapa. Ou um bom guia. No subúrbio de Viamão, uma cidade vizinha a Porto Alegre, o motorista terá de deixar a RS-040 e entrar em ruas apertadas do município de 265 mil habitantes. Mais 100 metros de pista de chão batido e você chega à Swell Skate Camp, uma pista de skate construída em 1978 e recheada de histórias.



Embora a viagem não leve mais de meia hora desde o centro de Porto Alegre, o sítio que abriga uma das mais lendárias pistas de skate do Brasil tem algo de secreto. A cerca verde impede que o visitante veja do lado de fora as atuais três pistas da Swell, além de churrasqueiras e toda infraestrutura para receber visitantes. Se você estiver acompanhado de um bom guia, no entanto, os enigmas vão se revelando. Afinal, o que faz uma pista de skate localizada num local distante? E por que quatro lendas do skate norte-americano devem se apresentar no local em meados de dezembro?

A Swell é um snake run, ou seja, uma descida sinuosa de concreto, criada por dois irmãos, Paulo e Ricardo (também conhecido como Mico) Sefton. Surfistas nos anos 70, a dupla se envolveu com a moda do skate, hábito comum para jovens de centros urbanos que não tinham uma praia à disposição de segunda à sexta, caso de Porto Alegre. No final da década, as revistas norte-americanas de skate começaram a registrar um novo fenômeno no esporte: a descida de piscinas. Para o público brasileiro é difícil entender o fascínio que as piscinas norte-americanas despertam nos skatistas. Lá, os tanques têm fundo redondo, ou abaulado, ao contrário dos brasileiros, que são quadrados ou quadrangulares (uma diferença relacionada ao clima: as piscinas redondas suportam melhor o inverno, quando a água pode congelar).


Os tanques permitiam manobras mais radicais, e as fotos das revistas encantavam os brasileiros. Mas não havia como reproduzir as manobras nas ruas da capital gaúcha. “Aqui no Brasil, não se fazia piscina redonda, só quadrada. Era frustrante para nós”, comenta Mico, hoje um corretor de imóveis de 52 anos, morador da Praia da Silveira, em Santa Catarina. “O nosso sonho era entrar numa casa e encontrar uma piscina redonda abandonada, como era na Califórnia”, conta Lucas Teixeira, médico de 46 anos, que pratica o esporte desde 1972 e é um dos antigos frequentadores da Swell.

Mico e o irmão decidiram, então, construir uma pista própria. Em Porto Alegre, a tarefa se mostrou impossível pelo preço dos terrenos ou pela relutância dos proprietários em ceder o espaço para um bando de skatistas, que eram tidos como baderneiros pela sociedade nos anos 70. A solução surgiu no terreno de um sítio da família em Viamão. Com autorização da mãe, os irmãos Sefton começaram a planejar a pista. Ainda não havia tecnologia específica para a construção, nem instruções de segurança. O projeto foi feito inspirado em revistas e pistas como a Wave Park, em São Paulo. “A gente desconhecia totalmente a tecnologia de como fazer uma pista”, relembra Mico. Mas, em 1978, a Swell foi concretada e inaugurada. “Acertamos muito e erramos muito”, acrescenta.

O método artesanal deu um charme especial à Swell, que foge da simetria das piscinas californianas. “Cada parede tem um ângulo diferente e acaba naquela cuia”, aponta Alexandre Miceli, 36 anos, ex-skatista profissional que conhece o local. “Tem muita gente que se machuca porque subestima a pista”, avalia. Na época da inauguração, isso pouco importava. Com o look bucólico dos campos de Viamão, a Swell virou point dos jovens de classe média. Uma Kombi da Swell buscava skatistas em pontos da cidade todos os dias. “As melhores gatinhas da cidade vinham para cá”, lembra Renato D’Oliveira, 49 anos, o Renatão, guia do iG até Viamão. “Eu vinha para cá todos os dias. Me alimentava de Bis e Pepsi-Cola”, conta Renatão, que foi integrante da equipe skatistas da Swell.



Porto Alegre, no final de 1978, vivia a febre do skate. Além da Swell, a pista do Parque Marinha do Brasil foi inaugurada logo depois, ajudando a formar uma geração de bons skatistas. No ano seguinte, em 1979, o clima efervescente favoreceu a realização do Campeonato Brasileiro da categoria em Porto Alegre, conta Renatão, considerado o verdadeiro embaixador do skate gaúcho, que mantém o blog www.skateonline.com.br. O evento reuniu cerca de 2 mil pessoas ao redor da Swell. Os atuais campeonatos realizados no local movimentam cerca de 800 pessoas, garante Gustavo Cunha Tesch, 28 anos, que, ao lado do irmão Fernando, 31, administra uma agência de marketing esportivo focada em skate, nascida depois de herdar a Swell dos primos Paulo e Mico.

Os principais skatistas do país vieram ao Rio Grande do Sul e de fora para o campeonato, incluindo os “Wave Boys”, a equipe do Wave Park, que eram considerados favoritos por larga vantagem. Durante o final de semana, no entanto, os paulistas sofreram forte concorrência dos gaúchos, favorecidos pela intimidade com as nuances da pista. E o campeão acabou sendo Xico Preto, que se tornou uma lenda entre os skatistas gaúchos. “Os paulistas dizem até hoje que foi roubo. Mas o Xico andou bem demais. Ele foi perfeito”, diz Renatão. A pista, segundo Mico, ajudou a melhorar o skate estadual. “Tínhamos que superar as assimetrias e criamos figuras como o Xico Preto”, explica o idealizador.

A Swell viveu seu auge até 1982. Nesse ano, Mico, que trabalhava em um banco, foi transferido para Florianópolis. Na Califórnia, a moda do skate foi perdendo a força à medida que os parques com as pistas começaram a perder processos judiciais de usuários que se machucavam. Os irmãos Sefton deixaram uma família cuidando do sítio e abandonaram o projeto. Mas a pista nunca deixou de ser usada. Skatistas de Viamão descobriram o local e também fizeram uso dela nos anos 80 e 90. E com o lançamento do documentário “Dogtown and The Z-boys”, em 2001, a Swell foi redescoberta de verdade. O filme, que conta a história de lendas do skate californiano da década de 70, pegou de jeito quarentões como Renatão e Lucas Teixeira. Em 2004, os veteranos voltaram a frequentar a pista, incentivando os irmãos Fernando e Gustavo a retomar o negócio.


De lá para cá, a Swell ganhou duas pistas novas, mais modernas, além de trilhas pelo bosque, churrasqueira, áreas de descanso e uma pista de mountain board. Para os irmãos Tesch, foi a descoberta de um negócio. Além da Swell, a dupla organiza aulas e campeonatos. Recentemente também inaugurou um bar, o Banx, localizado em área nobre de Porto Alegre, que conta com uma pista própria. É por conta da estreia desse novo empreendimento que os irmãos devem receber quatro lendas do skate norte-americano, nos dias 14, 15 e 16 de dezembro (a visita ainda está para ser confirmada). Seriam eles: Christian Hosoi, Steve Caballero, Omar Hassan e Tony Trujillo. O objetivo principal é inaugurar o novo bar, mas os Tesch vão levar os visitantes a Viamão para conhecer a lendária pista de 32 anos. “Foi muita coragem eles terem construído lá. Foi uma viagem”, orgulha-se Gustavo.




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