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16/10/2008 17:39:36

Vida de minimiss não é brincadeira

Ela ficou famosa, saiu em revistas, foi parar na televisão, dá entrevistas, usa vestidos personalizados e exclusivos, coloca maquiagem para sair de casa e foi eleita a "mais bonita do mundo". Pode não parecer, mas essa já é a rotina de uma garota de apenas 5 anos, a gaúcha Natália Stangherlin.

O currículo da menina em desfiles de beleza já é extenso. Em seu primeiro evento tinha apenas 2 anos e meio e precisou de ajuda: com medo das luzes e do palco alto, sua mãe Daniela, 33, teve que conduzi-la de mãos dadas. O resultado? A menina foi vice-campeã do concurso Embaixatriz do Rio Grande do Sul. Depois de outros quatro concursos, em agosto desse ano Natália foi coroada Minimiss Mundo 2008 no Equador.

Quem colhe as glórias é Daniela, que incentivou a filha desde o primeiro momento, emprestou suas maquiagens (que Natália usa até hoje), compra os vestidos exclusivos pela internet para a filha e responde aos emails marcando entrevistas e enviando fotos. Segundo ela, Natália não entende direito o que significa ser miss e gosta dos concursos só porque pode usar vestidos de princesa, ganhar uma coroa e uma faixa.

Mas será que essa inocência infantil não é colocada em risco com tanta exposição e incentivo à vaidade? Qual, afinal, o limite para a mãe de miss -especialmente para a mãe de minimiss?

Para a psicóloga infantil Giovanna Guiotti, do Instituto de Psicologia Aplicada (InPA), não há pontos positivos em concursos de beleza para crianças. "Esses eventos ensinam para a criança que o valor dela está na beleza", explica. "A pequena miss já deve ter notado que as pessoas se aproximam dela porque é bonita e, mais para frente, quando o corpo começar a mudar e nascerem espinhas, ela pode não se aceitar."

E, mesmo se Natália nunca mais desfilar, a especialista Giovanna diz que há conseqüências negativas. "Na escolinha, provavelmente, a menina já se destaca. É muito ruim quando um elemento do grupo se diferencia demais, porque os outros não se sentem bem e podem isolá-la."

A psicóloga Leila Tardivo, professora da Universidade de São Paulo (USP), acredita que uma criança dessa idade não consegue fazer escolhas. "Os pequenos são muito influenciados pelo que os pais apresentam a eles", ressalta. "A criança pode escolher entre uma bolacha de chocolate e uma bolacha de mel, mas são os pais que precisam colocar a comida certa na mesa para ela." Isso significa que, ao introduzir Natália ao mundo dos concursos de beleza, isso passou a ser uma espécie de referência para a minimiss.

A mãe de Natália garante que ela já sabe escolher o que quer. Quando a menina ia para o segundo concurso da sua vida, aos quatro anos de idade, a mãe explicou que não poderia entrar na passarela junto com ela como da primeira vez, que eles teriam que pagar para ela concorrer e que se ela desistisse eles não teriam o dinheiro de volta. O pai ainda sugeriu: ¿com esse mesmo dinheiro, podemos te pagar uma viagem à Disney. Ao que Natália, segundo Daniela, contestou: ¿o Mateus irmão dela, de 2 anos é muito pequeno para brincar comigo na Disney. Pra Disney eu vou depois¿.

É possível que a filha acabe adotando para si os gostos dos pais, mas, nesse caso, a mãe também sofre os efeitos de um sucesso repentino e acaba "perdendo" a própria identidade. "Antes ela era a filha da Daniela, agora eu sou a ’mãe da miss’", comenta Daniela, sem arrependimentos. Enquanto a rotina da minimiss volta ao normal aos poucos, sem desfiles nem treinos, embora ainda com eventuais compromissos de televisão e revistas, o dia-a-dia de Daniela está de cabeça para baixo.

Ela cuida do supermercado da família, que fica na cidade de Santa Maria RS), e é responsável pelas compras e contratações. Mas confessa que muito do trabalho está atrasado devido às viagens com a filha, as entrevistas e compromissos da pequena miss. "A vida da Natália acaba sendo prioridade para mim", diz.

Crescer antes do tempo
A psicóloga Giovanna alerta para os perigos que o novo (e efêmero) status de celebridade pode trazer para crianças tão novas como Natália. "Cada coisa tem o seu tempo. Ela precisa aprender, nessa fase, a lidar com frustrações, desenvolver tarefas em equipe estimulando a cooperação e não a competição, saber que existem coisas mais importantes do que a beleza física", explica.

A psicóloga destaca outro risco, endossado pela colega Leila Tardivo, que é a "adultificação" da criança. "Qualquer atividade que promove crescimento acelerado não é boa", justifica Leila, professora da USP. "Uma coisa é a criança imitar a mamãe, colocar as roupas dela, o salto alto e sair correndo pela casa. Outra bem diferente é ela fazer isso de verdade, na rua, em fotos para divulgação". Em casos extremos, essas fotos veiculadas podem despertar o interesse de homens adultos, mesmo sem a intenção.

Cuidados de mãe
Então o que as mães de candidatas a miss mirim podem fazer para que o desenvolvimento da criança não seja comprometido?

Antes de mais nada, de acordo com as especialistas, promover um cotidiano de uma criança da idade dela, que desenvolva jogos, trabalho em equipe e respeito pelas diferenças. "Ela precisa viver cada momento", aconselha Leila. "Deve brincar, ficar junto da mamãe e do papai, ir à escolinha."

Se a menina gosta de ser "princesa", as especialistas avisam que há a opção de fazer teatrinhos para a família ou mesmo na escola, ela pode ser a Cinderela ou a Branca de Neve. O importante é reforçar que tudo isso não passa de ilusão. "Enquanto a criança entende esse contexto como uma brincadeira, um mundo de fantasias, não há problema. É preciso proteger a infância", afirma a psicóloga. "Não é uma questão de escolha. Você não deixa um adolescente dizer se quer ou não ir à escola, apenas se ele prefere um curso de violão ou piano, por exemplo."

Daniela garante que a filha tem uma vida saudável e faz o que toda criança faz: vai à escolinha, faz os deveres de casa, brinca no quintal com o irmão menor e os bichinhos de estimação. "Mesmo durante a época de ensaios, ela faltava aos treinos para ir à festinhas de aniversário. A vida dela sempre foi mais importante do que os concursos", avisa a mãe da minimiss.

Então, será que Daniela não ficaria triste se a filha desistisse das passarelas? A empresária diz não ter problemas em relação a isso, mas que incentivaria se a menina quisesse ser modelo também. "Não acho que essa profissão prive a criança de nada. Ela terá sempre a família a seu lado, dando educação, amor e apoio psicológico", afirma




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