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12/08/2010 10:37:53
Mano: de capitão na várzea a técnico da seleção brasileira
Mano Menezes já foi demitido três vezes pelo amigo, dispensado do clube de coração e capitão decisivo em título amador. Agora, após menos de uma década como técnico de equipes profissionais, ele chega ao ponto mais alto da carreira “Eu falei para a mãe dele. Agora tem que construir aqui na cidade um estádio com o nome do Mano”. Janete Weber não esconde a empolgação com a chegada do amigo ao cargo de técnico da seleção brasileira. Em Passo do Sobrado, município gaúcho com menos de 6 mil habitantes onde Luiz Antônio Venker Menezes nasceu, esse é o sentimento em relação ao filho ilustre. A amiga, por exemplo, já colocou um cartaz no comércio que administra na rodoviária da cidade. “Mano é o cara”, diz a faixa. Foi no município, a cerca de 150 Km de distancia de Porto Alegre, que o filho da Dona Laurinda começou a jogar futebol. Ainda adolescente, o zagueiro tentou a sorte na vizinha Venâncio Aires, onde virou capitão e, depois, técnico. Até chegar a dirigir um time profissional foram 10 anos. Após bons trabalhos no interior do Rio Grande do Sul, no Guarani de Venâncio Aires, Caxias e XV de Campo Bom, em 2005 Mano chegou ao Grêmio, seu primeiro clube de ponta. A partir daí, a história desse gaúcho de 48 anos é conhecida por todos. Veja aqui algumas passagens da vida de Mano antes da fama. Capitão decisivo na várzea Comandar a seleção brasileira, sonho de quase todo técnico, não era o principal objetivo de Luiz Antônio Venker Menezes. Mano, como é conhecido desde a infância, queria mesmo era ser jogador profissional. Mais precisamente, zagueiro. E foi nessa posição que ele começou no time amador Rosário, em Passo do Sobrado, no Rio Grande do Sul.
“Ele sempre foi louco por futebol. Isso ele herdou do pai”, lembra a amiga de infância Regina Weber. Omar Menezes, pai do técnico da seleção brasileira, era funcionário público, mas também atuava como dirigente e até mesmo técnico do Rosário. Quando ele faleceu, em 1985, Mano já havia saído da cidade. Aos 22 anos, o então zagueiro jogava no Guarani, na vizinha Venâncio Aires. Como jogador e capitão, Mano viveu um dos momentos mais importantes da história do clube. Em 1988, ele foi escalado para bater o último pênalti da decisão de um campeonato amador. Converteu e o time foi campeão (clique aqui e escute o gol do título). Após o lance, na comemoração do título, o capitão fez um apelo aos moradores da cidade. “Esse time quer fazer futebol profissional em Venâncio Aires. Você que gosta de futebol tem que colaborar com a gente”, pedia o capitão. Uma década depois, o clube chegou à primeira divisão do campeonato estadual. Em 2002, já com Mano como técnico, obteve a maior conquista, o título do Campeonato Gaúcho. “Amigo da imprensa” Um dos principais motivos de críticas a Dunga, técnico anterior da seleção brasileira, o relacionamento com a imprensa é uma das armas de Mano Menezes. De fala pausada, o treinador parece pensar muito antes de escolher as palavras que usará em suas entrevistas coletivas. Fora dos gramados, ele conta com a ajuda de sua filha, Camilla Menezes, jornalista e assessora de imprensa. Foi dela a ideia de criar um Twitter para o pai. Hoje, ele conta com mais de um milhão de seguidores e é um dos fenômenos da rede social. Mas o bom relacionamento com a imprensa Mano traz ainda dos tempos em que lutava para se firmar no interior do Rio Grande do Sul. “Ele sempre tentou entender o nosso trabalho”, lembra o jornalista Elton Etges da “Folha do Mate”, que acompanhou o início da carreira do técnico em Venâncio Aires. “Se bem que ele sempre reclamava quando saía uma crítica e também já gostava de esconder a escalação do seu time”, completa.
Etges se diz amigo do treinador desde quando ele ainda era um esforçado zagueiro. O jornalista conta que a única vez que Mano ficou bravo com uma notícia divulgada não era nada relacionado ao futebol. “Faz muito tempo. Foi quando ele se formou no segundo grau. A gurizada da turma dele se empolgou demais e acabou virando os bancos da praça da cidade. Isso foi para a capa do jornal e ele me ligou apavorado”, lembra. O ato de vandalismo não teve maiores conseqüências, mas os recém-formados, incluindo Mano, tiveram que passar a noite na delegacia. “Se souber que estou contando isso, vai ficar uma arara. Mas foi uma brincadeira, coisa de guri”, diz. Demitido três vezes pelo amigo Se você perguntar a Mano Menezes sobre Paulo Batisti, a resposta virá depois de um tímido sorriso. “Esse é mais que um amigo, é quase um irmão”, dirá o novo técnico da seleção brasileira. O engraçado é que Batisti, ex-dirigente do Guarani de Venâncio Aires, do Rio Grande do Sul, guarda no seu currículo um feito inédito entre os ex-patrões do treinador. Ele foi o único a demitir Mano Menezes. Mais do que isso, mandou o técnico embora três vezes. “E foram minhas únicas demissões até agora na carreira”, conta o gaúcho. A primeira aconteceu em 1997. Mano, até então, se dividia entre um emprego de professor de educação física e o trabalho nas categorias de base do Guarani. No final de ano de 96, foi convidado para dirigir o time profissional na temporada seguinte. Aceitou e passou a se dedicar exclusivamente ao futebol. O patrão era um velho conhecido. Batisti e o treinador eram amigos desde o início da década de 80, quando trabalharam juntos no almoxarifado de uma empresa fumageira em Venâncio Aires.
A dupla começou afinada, e o time disputou a liderança do primeiro turno da segunda divisão do Campeonato Gaúcho até a última rodada. Mas, após perder fora de casa e deixar escapar uma das vagas do acesso, Mano acabou demitido. “O presidente colocou na cabeça que ele tinha errado na reta final. Fui voto vencido”, defende-se o amigo e dirigente. Dois anos depois, Batisti foi buscar novamente o amigo, que estava treinando os juniores do Juventude. O Guarani agora disputava a primeira divisão do Estadual, e a parceria estava refeita. Mas durou pouco tempo. Depois de tomar 4 a 1 do Juventude, em Caxias do Sul, Mano caiu outra vez. “Eu era contra de novo, mas os outros diretores e o presidente quiseram mexer”, lembra. Em 2002, Mano voltou ao clube de Venâncio Aires. O amigo não estava na direção, e o Guarani conquistou o Campeonato Gaúcho (o título não é reconhecido pela Federação Gaúcha, que considera campeão o Internacional, vencedor do Supercampeonato) e uma vaga para a Copa do Brasil do ano seguinte.
Na temporada de 2003, Batisti voltou ao clube como diretor de futebol. Mano foi mantido no cargo, porém os resultados não vieram. O time foi eliminado pelo América-RN na primeira fase da Copa do Brasil. No Estadual, a equipe até terminou o primeiro turno na liderança, mas depois começou a enfrentar problemas. O técnico chamou a direção e pediu a cabeça de quatro atletas. Com eles, disse que não trabalharia mais. A solução tomada pelos dirigentes foi mandá-lo embora. “Sei que ele ficou magoado, mas dessa vez eu concordei com a demissão”, admite Batisti. Mano demonstra que não guarda nenhuma mágoa em relação ao ex-chefe. Tanto que até hoje os dois se encontram pelo menos uma vez por ano, como ocorreu no último mês de dezembro, em Venâncio Aires. Além disso, se falam por telefone. Ligações que Batisti conta que são atendidas sempre da mesma maneira: “Ele diz: fala, diretor que me demitiu três vezes..”, diz o amigo, que torce para que o feito continue sendo apenas dele por muito tempo. Dispensado no clube de coração; ídolo no rival A confissão é feita por um amigo. “Sei que ele não vai gostar que eu fale, mas ele é colorado”, conta o alfaiate José Faustino. A garagem da sua residência, no centro de Venâncio Aires, é o ponto de encontro de uma turma de amigos. Entre os que se reúnem para tomar o chimarrão, Mano Menezes já foi um dos mais assíduos. “Hoje ele vem pouco aqui, mas ainda nos falamos por telefone”, revela Faustino. O alfaiate lembra que Mano chegou a trabalhar no Internacional. “Ele me trouxe duas camisas quando estava lá”, relata. A passagem pelo clube aconteceu em 2000 e 2001, quando ele comandou equipes nas categorias de base. Em 2002, houve troca de direção e o treinador acabou sendo dispensado. Após três anos treinando equipes do interior do Rio Grande do Sul, Mano foi chamado para trabalhar no rival, que estava na segunda divisão. Em uma temporada no Grêmio, ele conseguiu retornar para a Série A do Campeonato Brasileiro, e dois anos depois disputava a final da Libertadores. Mesmo sem ter vencido o título sul-americano, o técnico é um ídolo da torcida gremista.
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