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21/11/2005 14:28:53
Xbox 360
Em novembro, a Microsoft dará o pontapé inicial na nova geração de consoles com o Xbox 360. Gráficos em alta definição, recursos multiplayer e conectividade com outras mídias estão entre os principais recursos do aparelho, que concorrerá com o PlayStation 3, da Sony, previsto para 2006, e com o Nintendo Revolution, ainda sem data definida.
Enquanto jogadores de todo o planeta vivem a expectativa de experimentar as novas possibilidades do entretenimento eletrônico, o Brasil se depara com uma dúvida cruel: afinal, a nova geração de consoles será ou não lançada oficialmente no país?
A questão está começando a ser respondida: em entrevista ao UOL, Milton Beck, gerente da divisão de jogos e entretenimento da Microsoft Brasil, mostrou bastante otimismo quanto ao lançamento do Xbox 360 por estas bandas, mas ainda não pôde confirmar uma data exata.
Contudo, há "muitas chances", nas palavras do próprio Beck, de os brasileiros conferirem ao vivo todo o potencial do videogame em novembro - mês do lançamento do console nos EUA, mais especificamente entre os dias 18 e 20, durante a segunda edição da EGS (Electronic Game Show), feira brasileira de games que acontecerá em São Paulo.
O Xbox 360 foi o assunto principal de uma entrevista na qual Beck também esclareceu os fatores que inviabilizaram o Xbox no Brasil e comentou os planos da Microsoft para o mercado de jogos nacional.
Existe a possibilidade de o Xbox 360 ser lançado no Brasil?
Milton Beck: Existe, mas o lançamento simultâneo está descartado. No México e Colômbia, dois países importantes da América Latina, o lançamento deve ocorrer no final do primeiro trimestre ou início do segundo trimestre de 2006. Para lançar no Brasil, temos que equalizar alguns aspectos.
O game de uma maneira geral, para console e PC, está conseguindo um espaço maior na mídia, algo que a própria imprensa e órgãos como a Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos) têm ajudado a conscientizar órgãos públicos, a própria população e outros, de que não estamos falando mais de "joguinhos": joguinho era uma coisa engraçadinha que você comprava no camelô da esquina e não tinha valor associado, a não ser o custo do CD.
Uma grande parte da população já entendeu que os antigos "joguinhos" hoje são produtos e, assim como filmes de Hollywood, envolvem o trabalho de pessoas e o investimento de dezenas de milhões de dólares.
Hoje, o Brasil consegue fazer alguns jogos com baixo (ou relativamente baixo) custo de desenvolvimento, jogos para celulares e PC, mas ainda é praticamente possível fazer jogos "AAA", que são os best-sellers, sem um grande investimento em homens e dinheiro. Lembro quando lançamos "Age of Mythology", jogo para PC no qual a Microsoft investiu US$ 30 milhões e quatro anos de desenvolvimento com mais de cem pessoas envolvidas.
Então, na hora em que o consumidor começa a entender que existe a propriedade intelectual e que ela foi fruto de um investimento muito alto, isso beneficia a indústria como um todo - fabricantes, desenvolvedores, distribuidores, varejistas, suporte etc. Muitas empresas que estavam presentes no Brasil no segmento de PC saíram, você sabe. É um mercado muito difícil, mas a Microsoft e outros insistem e vão continuar insistindo na conscientização da população, que é um trabalho contínuo, e trabalhar com as autoridades para evitar a proliferação de produtos falsificados.
O lançamento do Xbox 360 no Brasil poderia acontecer simultaneamente ao de Colômbia e México?
Beck: Não existe uma data. Estamos trabalhando, desenvolvendo condições e tentando conversar com os órgãos competentes para criar uma situação minimamente viável. A Microsoft está presente no Brasil há mais de 15 anos e têm todo o interesse em fazer com que os produtos disponíveis na Europa, América do Norte e Ásia estejam disponíveis também aos consumidores brasileiros. O Xbox é um deles e parte importantíssima de nossa estratégia para o consumidor final.
Mas você está otimista ou enxerga alguma possibilidade de o Xbox 360 não ser lançado no país?
Beck: Eu estou otimista porque... bom, dizem que otimismo em excesso é burrice (risos). Mas, sendo otimista dentro dos parâmetros corretos, acho que o Brasil tem algumas características muito importantes: mercado de primeiro mundo à parte, existe um foco muito grande no que se chama de "BRIC", que são os quatro países emergentes: Brasil, Rússia, Índia e China. É um mercado visto com muitos bons olhos, pois são países com população acima dos cem milhões de habitantes, áreas muito extensas e PIB superior a US$ 500 milhões.
Além disso, contribui para o Brasil o lançamento do Xbox na América Latina, em especial no México, onde houve enorme sucesso. O México é hoje o oitavo país em vendas de Xbox, feito impressionante e caso de sucesso conhecido na Microsoft mundialmente, o que fez com que a corporação olhasse com bons olhos o mercado da América Latina.
Outro fator positivo é que não há necessidade de criar demanda, diferente de países como a Índia, em que o hábito de jogar videogame não está totalmente disseminado. No Brasil, a presença de videogame nos lares é muito grande e talvez o hábito de jogar seja até mais forte que no México. Então, talvez exista um mercado potencialmente maior que o do México, pois temos um público ávido e, hoje, nenhum dos três consoles está disponível no país, infelizmente.
Para se ter uma idéia, no site oficial do Xbox, o Brasil é o oitavo em número de acessos, se não me engano - isso sem ter o console disponível oficialmente, ficando à frente de vários países onde o Xbox está instalado. Todas estas condições sugerem que o Brasil é um país onde deveríamos fazer algo especial.
Assim que conseguirmos equacionar os três problemas básicos (pirataria, impostos altos e mercado ilegal de venda de consoles), a Microsoft terá todo interesse em entrar. E você sabe que quando a Microsoft entra é para ficar por longos anos.
Objetivamente, o que é necessário para o Xbox 360 ser comercializado no país?
Beck: Trabalhar com os órgãos federais competentes para mostrar pontos importantes. De algumas coisas o governo está tratando, em especial ações que impeçam a entrada e venda de consoles irregulares no país e a venda de produtos falsificados.
Quanto à taxação, o importante é mostrar aos órgãos competentes os benefícios que os games trazem ao país. O modelo adotado pelo México com os consoles seria muito benéfico para o Brasil, porque há um estímulo grande à cadeia de varejo, de distribuidores e de serviços correlatos (suporte, instalação etc.), que aumentaria a estrutura e a economia do país como um todo.
Reduzir taxas não implica em reduzir a receita do país, porque hoje o Brasil arrecada pouquíssimo com os impostos de importação de videogames. Eles são tão altos que não são importados. Eu acredito que reduzindo as taxas poderia até haver aumento de arrecadação do governo.
O exato status deste processo de redução de taxas eu não posso lhe informar mas, na minha visão, acho que não há falta de vontade: falta alguém olhar com um pouco mais de carinho, colocar o assunto na agenda como algo importante.
A EGS 2005, segunda edição da feira brasileira de games, foi confirmada para novembro. A Microsoft vai participar?
Beck: Nós participamos da primeira EGS e acreditamos que, para um primeiro evento, foram atingidas totalmente as expectativas. A feira é muito importante para a comunidade como um todo e a data muito propícia, pois coincide com o lançamento dos jogos. A participação da Microsoft ainda não foi confirmada, mas temos interesse.
Eventualmente, confirmada a participação da Microsoft no evento, há alguma chance do Xbox 360 aparecer jogável?
Beck: Muitas chances. Temos todo o interesse de trazer os primeiros protótipos, as primeiras máquinas para mostrar, independente do lançamento do Xbox 360 no Brasil ou não. Sempre que a Microsoft pode mostrar o que está desenvolvendo, mesmo que ainda não disponível no país, é importante.
Por que o atual Xbox não foi lançado no Brasil?
Beck: Basicamente, são três motivos: os índices de pirataria, que dificultam, mas não inviabilizam; os altos impostos, que elevariam demais o preço final do produto; e a desleal concorrência do mercado ilegal de consoles.
O modelo que envolve o lançamento de um videogame é baseado em hardware e software, ou seja, um ecossistema inteiro que tem que funcionar para o negócio dar certo. Normalmente, existe a operação em que o hardware ou não dá lucro algum ou dá prejuízo, e os games tornam o modelo econômico viável. Ou seja, é necessário vender os consoles e os games.
Dado isso, o que prejudica o mercado brasileiro são as dificuldades para fazer qualquer modelo funcionar e importante é a pirataria: no Brasil, 94% do mercado é de jogos piratas, o que faz com que esse lado da equação, ou seja, os games, não sustentem o modelo de negócios. Mas não é pirataria não é um fator invibializador - afinal, temos um mercado de games PC em que a pirataria também é forte, mas a Microsoft continua investindo na área.
A outra dificuldade, e esta sim inviabiliza, são as altas de licença de importação, que fariam com que o Xbox chegasse ao Brasil com um preço para o qual não conseguiria chegar nem perto da massa. O "price point" [preço final] seria muito alto.
O imposto de importação, na época, era de 30% (acredito que agora seja 20%) e tem o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que é de 50%, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 25%, sem contar as outras taxas. Então, só os custos de importação, margens de canal e outros impostos locais e estaduais fariam com que o produto chegasse numa faixa de preço absurda.
Além disso, existe ainda a concorrência desleal do mercado ilegal, com uma grande quantidade de consoles sendo vendida ilegalmente no país, e a diferença é muito grande entre os preços do console ilegal e oficial, o que limitaria muito o mercado.
O Xbox colocou a Microsoft no cenário dos videogames, ao lado de Sony e Nintendo, mas sofreu com a variedade reduzida de títulos. Que lições, positivas e negativas, a Microsoft tirou dessa experiência?
Beck: A quantidade de títulos que existe hoje para o Xbox é brutal. Talvez no começo não existisse uma grande variedade de jogos, como havia para o PlaySation 2, console que já estava estabelecido.
Mas levando em consideração o mercado atual, todos os grandes produtores desenvolvem para Xbox e os títulos que temos atingem basicamente todos os segmentos, como "Forza Motosport", para os fãs de corrida, e a série "Halo", para quem gosta de ação.
O único mercado no qual os títulos não encaixaram bem logo de cara foi o asiático, onde a Microsoft não teve o sucesso que poderia ter tido, por causa da adaptação do gosto dos japoneses com alguns dos títulos disponíveis. Mas acho que isso será corrigido no Xbox 360, que terá muito mais títulos adaptados para cada região.
Fale mais sobre os planos da divisão de jogos e entretenimento da Microsoft Brasil.
Beck: Independentemente do Xbox 360, que é o foco da entrevista, acho que para o mercado que hoje operamos, o de jogos para PC, será um ano extremamente forte, com títulos que, acredito, sejam os melhores que já lançamos em anos.
No dia 18 de agosto, lançaremos "Dungeon Siege 2", nova versão do RPG de ação, com visual riquíssimo; em 2005 ainda vamos lançar uma expansão para "Zoo Tycoon 2" que vai abordar animais em extinção; a versão para PC de "Fable", disponível para Xbox desde o ano passado, um RPG lindíssimo; e o grande, grande, grande lançamento do ano, que realmente será "Age of Empires III", com um vigor visual espetacular, nunca antes visto - para você ter uma noção, uma profissional ficou focado durante um ano para desenvolver as águas. Em "Age of Empires III", eu acho que a Microsoft realmente se superou e a campanha de marketing vai ser muito forte.
A nossa linha de hardware para jogos de PC, que já é forte, ficará mais ainda, com mouses e teclados cada vez mais precisos, práticos e bonitos e com preços mais baixos, que antes não conseguíamos praticar.
Quais as suas expectativas em relação ao Xbox 360?
Beck: A expectativa é muito grande.O Xbox 360 é um videogame sensacional em termos de funcionalidades e especificações técnicas, mas ultrapassa esse escopo, atingindo um público interessado em outras coisas, como mídias digitais; assistir programas gravados no PC; comunicar-se online, um dos grandes trunfos da Microsoft; e o hiper-realismo visual.
A Microsoft sabe operar muito bem dentro desse ecossistema, que inclui não só o hardware, mas também o software e as produtoras - ou seja, o desenvolvimento de ferramentas que aumentam a produtividade dos criadores e diminuem muito o trabalho de "portar" games para outras plataformas, como PC e equipamentos móveis.
O fato lançar nossa nova geração antes dos concorrentes também será importante, pois logo de início haverá uma quantidade muito grande de jogos. Tivemos um aprendizado muito grande com o Xbox e que está sendo colocado em prática agora.
Você chegou a jogá-lo? Se sim, quais títulos e o que achou de cada um deles?
Beck: Eu não joguei, mas já vi as demonstrações, então estou mais ou menos na mesma situação que você. A impressão que eu tenho do Xbox 360 é que, independente de hardware ou jogos, fisicamente o console já é muito mais bonito, afinal, foram escolhidos os melhores estúdios para cuidar desse aspecto. Comparado ao antecessor, você vê que a inovação é brutal.
O Xbox 360 trabalha muito bem com a parte de personalização, ou seja, um console para cada indivíduo, graças à frente removível, que o adapta muito mais ao novo estilo das pessoas. Na jogabilidade, o wireless vai permitir se livrar dos fios, que são um certo transtorno. Por fim, tem a alta definição, jogos com hiper-realismo que tiram proveito dos recursos de hardware com muito mais facilidade.
Só pra constar, estou melhor que você, pois joguei o Xbox 360 na E3 e digo mais: ainda ganhei uma frente removível, que foi brinde na conferência da Microsoft (risos).
Beck: (risos) Essa frente removível, alguns dias depois, já estava sendo vendida na E3 e tinha gente pedindo US$ 150!!!
Bom, certamente não era a minha (risos). Mas voltando ao que interessa, o Xbox 360 será lançado antes do PlayStation 3. Em compensação, a Sony afirma ter um hardware melhor. Como você enxerga essa situação?
Beck: A Sony é uma ótima empresa, uma marca extremamente conceituada que nós respeitamos. Na minha visão, ninguém chega nesse ponto do mercado sem ter ótimos produtos. Cada um deles agrada mais a um tipo de jogador. O fato da Sony colocar novas especificações, que eles dizem ser melhores que a do Xbox 360, só poderá ser comprovado quando os consoles forem lançados. Vamos lançar o nosso agora em novembro e, na hora que eles lançarem o deles, poderemos comparar.
Mas acho que a comparação não deve ser feita, independente do que vier no PlayStation 3 ou na nova geração da Nintendo, pois o que importa para o jogador é a experiência com o produto final. O resto é para engenheiros e técnicos.
Às vezes, você pode fazer um jogo com milhões de linhas de código, milhões de dólares de investimento e a experiência de jogar não ser divertida. E, às vezes, jogos simples e são extremamente agradáveis. Então, o que vale não é o número de "megaflops", embora ache que o recurso de hardware é importante para o hiper-realismo, para ter mais coisas rodando em paralelo. Porém, o jogo é o mais importante do videogame, devidamente otimizados para tirar o máximo de proveito de toda capacidade de processamento.
Enfim, o conjunto da experiência é o que vale: jogo; capacidade do hardware; a forma de interação com outras mídias; a capacidade do modo online, algo em que a Microsoft encontra-se em um estágio muito mais avançado que qualquer competidor, com a Xbox Live.
Qual o aspecto mais promissor da nova geração de consoles?
Beck: São vários: a primeira coisa que alguém quer ver é a parte gráfica, chave do negócio; o wireless, para se livrar dos fios; personalizar seu jogo, algo que será muito forte na nova geração; o modo online, ou seja, jogar com seus amigos, criar comunidades, fazer seus campeonatos, jogar com pessoas do mesmo nível que você, jogar com pessoas de outros países, em suma, encurtar distâncias através do console.
Outro ponto importante é o que a Microsoft chama de DEL (Digital Entertainment Lifestyle), que abrange esses dispositivos que são basicamente videogames, mas estão conectados à televisão de sua sala. Diferente do PC, que normalmente está no quarto ou em um canto da sala, o console é uma experiência mais familiar. Conectado à televisão, o Xbox 360 servirá como pólo de música, foto etc.
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