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02/07/2012 17:02:19

Jabor ou Veríssimo? Conhecer obras evita confusões na internet

Navegando na internet, você encontra um texto que descreve exatamente aquilo que você sente. Decide publicá-lo em seu perfil no Facebook. Como não consta o nome do escritor, você o credita como "autor desconhecido". Um amigo lê, também se identifica e lembra já ter visto algo parecido: "Ah! Esse é do Luis Fernando Veríssimo". Com o novo crédito, o texto é passado adiante e está pronto para se tornar mais um dos milhares da lista que contém, além do filho de Erico, nomes como Clarice Lispector, Mario Quintana, Arnaldo Jabor e Caio Fernando Abreu.
Eles são vítimas das correntes de e-mail e redes sociais: dão nome a textos de outras pessoas, confundem-se entre outros autores e constantemente deixam de ser creditados. Não existe fórmula para evitar as armadilhas da rede. A dica para quem quer barrar a prática ilegal do plágio e a confusão na internet, segundo a escritora e autora do blog Autor Desconhecido, Vanessa Lampert, é conhecer a obra dos escritores. "Pode ocorrer de parte do texto ser de determinado autor, mas outra parte não. Existem muitos Frankensteins por aí, e para você identificar um estilo tem de estar familiarizado com a obra", comenta. Então, fique atento: ler muito e verificar a fonte são sempre as melhores opções. A seguir, saiba mais sobre esses escritores e evite cair em armadilhas:
Clarice Lispector
Ela está em todas. Nas redes sociais, já falou sobre absolutamente tudo. Mas, na verdade, a literatura de Clarice Lispector é introspectiva e intimista. A escritora buscava uma nova roupagem para as palavras, utilizando também metáforas e aliterações. Chegou a escrever sobre o gosto por aquilo que não era dito em palavras: "Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas. O melhor ainda não foi escrito. O melhor está nas entrelinhas.”.
Segundo Vanessa, colocar o nome de Clarice em um texto pode ser uma estratégia de quem busca impressionar o leitor. O indivíduo quer encaminhar o texto de uma blogueira, mas acha sem graça colocar o nome da moça desconhecida e coloca um Clarice Lispector para dar mais credibilidade e simular alguma erudição, diz.
Caio Fernando Abreu
O autor de livros como Morangos mofados, Pedras de Calcutá e Os dragões não conhecem o paraíso é outro campeão de aparições que nem sempre condizem com a sua obra. A doutora em literatura brasileira e professora da Universidade de Brasília, Sylvia Cyntrão, aponta semelhanças entre a obra do gaúcho, de Lispector e de Mario Quintana. "Clarice, Caio e Mario Quintana são mais do que ficcionistas ou poetas, são pensadores, observadores profundos da alma humana, do ser e suas vicissitudes. Autores que representaram suas próprias fragilidades existenciais e as de seu tempo a partir de um filtro subjetivo privilegiado pela empatia. Por isso, suas frases e versos funcionam como aforismos, destacados do contexto de seus livros", explica.
É comum ver frases soltas circulando por aí que, muitas vezes, não são de sua autoria. Essa, por exemplo, é: "E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro (a), mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo (a), há então uma morte anormal", da coletânea de crônicas Pequenas epifanias.
Mario Quintana
Quintana consagrou-se como o poeta do cotidiano e do lirismo. Fala de amor, tristeza, infância, morte... tudo com linguagem clara e objetiva. O estilo fica evidente em uma de suas frases: "A amizade é uma espécie de amor que nunca morre". Segundo a professora Sylvia, os temas abordados são o gancho para sua popularidade - e para plágio ou equívocos. "Encontramos não autoajuda, mas ’alta’ ajuda. Essa expressão é precisa e perfeita para esse processo. Ouvi do poeta Affonso Romano de Sant’ Anna, que tem textos na internet cuja autoria também lhe atribuem, mas que ele não confirma", explica.
Luis Fernando Veríssimo
“Homem que é homem não usa camiseta sem manga, a não ser para jogar basquete. Homem que é homem não gosta de canapés, de cebolinhas em conserva ou de qualquer outra coisa que leve menos de 30 segundos para mastigar e engolir". O trecho da crônica Homem que é homem aponta uma de suas principais características: Veríssimo trata do dia a dia com muito bom humor. De acordo com Sylvia, ele e Arnaldo Jabor abordam temáticas semelhantes. "Os dois têm um histórico de crítica ferina, inteligente e bem-humorada do cotidiano", diz.
Se encontrar um texto de Veríssimo que trate sobre um amor mal resolvido ou questionamentos pré-adolescentes, fique alerta: eles provavelmente não foram escritos pelo autor. A não ser que estejam repletos de ironia.
Arnaldo Jabor
Há aspectos em que o humor de Jabor se distancia da abordagem de Veríssimo. "Em suas crônicas, também se percebe certo lirismo", destaca a professora da UnB. Ainda que tenha seus textos publicados em jornais, é comum haver um desprendimento da linguagem jornalística para uma busca por um viés literário - esse artifício é recorrente em conteúdos opinativos, mas pode ser percebido mais claramente no caso de Jabor. A professora lembra a força com que essas publicações, ainda que equivocadas, espalham-se pela internet. "Se o problema da autoria é sério, por outro lado, é interessantíssimo ver o poder que o nome desses autores têm de legitimar pensamentos que mobilizam as redes", afirma.
Há inúmeros textos atribuídos a Jabor. Além de política, ele trata de relacionamentos e outras questões cotidianas. Mas, semelhante a Veríssimo, sempre de maneira irônica. Em Amor é prosa, sexo é poesia, é possível perceber essa característica: "Não há saunas relax para o amor. No entanto, em todo o bordel, finge-se um ’amorzinho’ para iniciar. O amor está virando um hors-d’oeuvre para o sexo. Amor busca uma certa ’grandeza’. O sexo sonha com as partes baixas".

Fonte: Site Terra (27/06/2012)
http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5860722-EI8266,00-Jabor+ou+Verissimo+Conhecer+obras+evita+confusoes+na+internet.html




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